sexta-feira, 24 de abril de 2009

como faz falta

Tudo era tão normal, sentíamos como se fôssemos amigos desde o jardim de infância com toda aquela inocência nostálgica e alegria evidente no brilhar de seus olhos. A medida em que o sol ia se pondo - nós dois sorrindo e compartilhando da mesma música - tudo ficava mais confuso em minha cabeça, se era mesmo aquilo o que eu desejara todo esse tempo ou foi tudo como uma coisa espontânea, ocasionada por um momento de fraqueza. Oito longos anos se passaram, nunca obtive uma resposta, mas ele sempre esteve aqui. Foi ficando tudo vago, somente tudo em memórias longíquas, enquanto um sorriso tímido dele e um olhar triste me fitava do outro lado da rua, entrando no carro. Senti um aperto, machucava por dentro, como um nó que se prolongava de minha garganta até meu coração e que apertava-se a cada movimento dele. Quando percebi a resposta da questão incalável dos meus dez anos de convivência com ele, era muito tarde. Ele já havia entrado no carro, só conseguia ver uma feição desfigurada pelo vidro de trás e algo que parecia sua mão inquieta movimentando-se de um lado para o outro, algo que pareceu ser um aceno para mim. Natal. Chegou a época em que a cidade é abençoada por sorrisos, neve e luzes artificiais, mas nada disso pareceu bom para mim. E agora, quem completará a árvore com a estrela dourada na ponta?

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