domingo, 13 de dezembro de 2009

Estou tentando dormir mas não consigo, pois estou pensando em você... Tudo o que você me dizia ecoa em meus pensamentos. Mais um natal que chega sem suas mãos nas minhas. Te mandei uma carta dizendo que tudo o que eu quero é que você volte e venha sorrir para mim como você costumava fazer, só assim sei que seremos completos denovo. Sei que você também sente minha falta, amor. Sem você sou vazia, sem você não consigo escapar dos meus piores medos, me sinto fraca. Volte, se enrosque em meus braços, só vivemos uma vez, então, iremos longe. Para sempre.

E no fim, tudo acaba mal. Final feliz não existe, o que existe mesmo é a incerteza do amanhã.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Saudade

Ao que parecia uma distinta história de amor tornou-se um conto vazio. Sem linhas. Sem palavras. Sem letras. Inexplicável. Passou rápido e derrepente tornou-se uma porção de nada, um bocado de vazio. A única explicação para isso é a própria palavra sem definições. Nem que tivesse mente sábia e fosse um ser isento de erros constantes conseguiria definí-la. Vazio, um belo conto vazio. Ao menos, tenho tudo em minha memória. Sem linhas. Sem palavras. Sem letras. Cenas que parecem surreais de tão utópicamente perfeitas. Incrível a força do seu olhar. Castanhos, aqueles belos olhoscastanhos me tirando a concentração toda vez que encontravam os meus. Notavas sempre a maneira na qual eu corava quando falavas comigo; culpa daqueles olhos. Não achei que iria dar certo. Pessoas diferentes. Caminhos diferentes. Distância... foi quando toda esta realidade que mais parecia um sonho acabou. Um simples adeus apunhalado em meu coração. E a distinta história de amor eterniza-se em mim. E em ti. Torna-se um conto vazio somente porque ele não se encerra. Virou nada.
Mas afinal, a base do 'nada' é o 'tudo'. Assim como a base da primeira pessoa é a a segunda pessoa. Eu. Tu.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Come back

Hoje seria um dia normal exceto pelo fato de que é meu aniversário e de que ele não está aqui comigo. Esperei o dia inteiro sentada no sofá, passando pelos canais de tv, com toda a minha atenção voltada ao telefone na mesa ao lado. Três longas semanas se passaram desde que ele se foi. Dias terríveis, noites sem dormir. Parece que o mundo paralizou a minha volta. Preciso dele. Mais do que meu melhor amigo, ele saberia me confortar no momento, seguraria minha mão, provavelmente. Caralho, porque ele se foi? Me peguei falando sozinha... denovo. Ainda são sete horas da noite, meus pais irão chegar em casa com o bolo, mas nada disso me importa. Tento não lembrar dos aniversário que ele passou comigo, sempre ganhou o primeiro pedaço. Apagarei as velas e desejarei ele aqui devolta.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

árvore torta

Observei que três dias atrás a neve não estava tão alta assim. Hoje ela atingira o tornozelo de transeuntes que passaram em minha rua. Parece que semanas se passaram, porém foram só alguns dias, talvez dois ou três. Levei minha vida normalmente, só que o buraco no coração e a saudade que eu nunca havia sentido antes. Passei três dias observando a rua e toda vez que dava seis da tarde, ficava mais atenta para ver se ele não voltava. Seis horas. Era o horário que ele me encontrava no quintal de casa, logo abaixo daquela árvore torta.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

como faz falta

Tudo era tão normal, sentíamos como se fôssemos amigos desde o jardim de infância com toda aquela inocência nostálgica e alegria evidente no brilhar de seus olhos. A medida em que o sol ia se pondo - nós dois sorrindo e compartilhando da mesma música - tudo ficava mais confuso em minha cabeça, se era mesmo aquilo o que eu desejara todo esse tempo ou foi tudo como uma coisa espontânea, ocasionada por um momento de fraqueza. Oito longos anos se passaram, nunca obtive uma resposta, mas ele sempre esteve aqui. Foi ficando tudo vago, somente tudo em memórias longíquas, enquanto um sorriso tímido dele e um olhar triste me fitava do outro lado da rua, entrando no carro. Senti um aperto, machucava por dentro, como um nó que se prolongava de minha garganta até meu coração e que apertava-se a cada movimento dele. Quando percebi a resposta da questão incalável dos meus dez anos de convivência com ele, era muito tarde. Ele já havia entrado no carro, só conseguia ver uma feição desfigurada pelo vidro de trás e algo que parecia sua mão inquieta movimentando-se de um lado para o outro, algo que pareceu ser um aceno para mim. Natal. Chegou a época em que a cidade é abençoada por sorrisos, neve e luzes artificiais, mas nada disso pareceu bom para mim. E agora, quem completará a árvore com a estrela dourada na ponta?